Colaborar

Verso de TakuhatsuTakuhatsu
(recitado pelo monge ao receber uma oferta)

Méritos infinitos na Paramita da Doação.
Dar e receber assim se completam.
A doação, o que é doado e quem recebe não existem por si sós.
E são todos de igual valia.

Como monja seguindo a tradição Budista Soto Zen, ofereço ensinamentos do Darma em troca do meu sustento. Sou mantida pelas doações das pessoas que apreciam a maneira como transmito estes ensinamentos.

Antigamente, em todas as tradições Budistas – e até hoje em algumas delas – os monges saíam uma vez por dia, de manhã, com as suas tigelas para receber ofertas de alimento das pessoas da vizinhança. Hoje em dia, na minha tradição, os monges saem periodicamente em “takuhatsu”, recebendo ofertas. Para os monges da cidade, é mais comum que as ofertas sejam em dinheiro mas, para os monges dos vilarejos ou do campo, as ofertas frequentemente são realmente alimentos – arroz, verduras, frutas.

Participei muitas vezes da prática de “takuhatsu” e descobri como é uma prática bonita – tanto para quem “recebe” quanto para quem “dá” a oferta. Por isto, Takuhatsu-ZenFriendso verso que recitamos ao receber uma oferta fala da importância de um em relação ao outro. A pessoa que doa está praticando a generosidade e quem recebe está praticando a humildade de receber com gratidão. O doador não pode praticar a generosidade se não tiver quem receba e quem recebe não pode praticar a humildade de receber com gratidão se não tiver quem doe. O doador não existe sem a pessoa que recebe. Receber não existe se não tiver doação. Um está dando ao outro uma oportunidade de praticar. Um complementa o outro.

E é assim em quase todos os aspectos da vida. É uma lição valiosa!

Oriento a Sanga “Águas da Compaixão” – Jisui Zendô em Passo Fundo, RS. Convido a todos que simpatizem com o meu trabalho e os nosso projetos a colaborarem para a sua realização. Dentre os projetos para o futuro estão a criação de Bolsas de Estudo para Treinamento e a aquisição de uma sede própria – uma Comunidade Urbana Soto Zen, inspirados nos modelos como os do Zen Center of Los Angeles e Zen Mountain Monastery de Mount Temper, New York, onde fiz treinamento avançado. Você pode visitar o Blog da Sanga no site www.aguasdacompaixao.wordpress.com

Para isto, além de receber com profunda gratidão doações em uma única parcela, a nova sanga oferece a opção de você participar na divulgação do Darma através de uma contribuição mensal durante um ano (com possibilidade de renovação) nos valores de: R$ 200, R$ 100, R$ 50 ou R$ 30, a escolher de acordo com a sua disponibilidade.

Se você está disposto a contribuir, visite a página “Como Colaborar” do blog da Sanga  ou o site do PagSeguro, onde encontrará um formulário para fazer uma doação direta (em meu nome civil). Pode, se preferir, fazer um depósito diretamente na conta bancária da Sanga Águas da Compaixão. Neste caso, solicito que envie uma mensagem (pode usar o formulário abaixo) informando a data e o valor do depósito para a contabilidade da sanga.

Os dados da Conta da Sanga são:
ATENÇÃO: MUDAMOS DE CONTA BANCÁRIA!
Banco 237 – Bradesco
Agência 6575-7 – Bour.Shop.Wallig-UPA
Conta Corrente 3740-0
Associação Comunidade Soto Zen Budista Zendo Sul
CNPJ 13.490.319/0001-94
Telefone: (54) 99697-7476

Ao efetuar algum depósito, por gentileza, envie uma mensagem para nos, informando o valor depositado, a data e o número de controle, para a nossa contabilidade.

Eu, junto com os membros da Sanga, agradeço todo o apoio recebido.

Muito obrigada,
Gassho

envie uma mensagem:

 

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3 Comentários »

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  1. Assisti sua palestra sobre “preceitos busdistas” domingo dia 09/09/2007 em curitiba e fiquei de lhe enviar artigo sobre “Determinismo” . Aproveito para falar um pouco mais o que é bem do meu feitio (como a senhora deve ter notado).
    Existe um conceito em Filosofia
    chamado “Determinismo”
    Segundo Erich Fromm em seu livro “O coração do homem”, o determinismo postula que: “O homem, ao contrário do que parece ou do que diz o senso comum, não é livre para decidir, pois sua decisão, está sempre determinada por fatores externo e interno que nem sempre estão sob seu controle, apesar de nos deixar com a impressão de que nossa escolha é livre.
    Como que alguém – explica ele- que foi criado no meio da pobreza e da miséria naterial e espiritual, que nunca recebeu amor, que não foi ensinado a desenvolver o respeito pelo próximo, que cresceu sem princípio de moral e ética, condicionado ao vício por anos; como podemos alegar que alguém criado desta forma seja livre para fazer sua escolha? Como podemos esperar que ele faça uma escolha, senão aquelas que são desprovidas de amor, compaixão e respeito pelo próximo”?
    Mais adiante ele diz: “Algumas pessoas não tem liberdade para escolher o bem porque sua estrutura de caráter perdeu a capacidade de agir de acordo com o bem. Algumas perderam a capacidade de escolher o mal, porque sua estrutura de caráter perdeu a capacidade de escolher o mal. Neste dois extremos ambos são determinados a agir por forças em seu caráter que não lhes deixa muita escolha.
    Na maioria das pessoas, entretanto as forças em seu caráter são contraditórias, mas equilibradas de tal forma que pode ser feito uma escolha. (Entretanto)… Nossas escolhas estão ditadas por uma ação ditada pela razão e outra ditada pela paixão” (pág 145).
    E ele continua explicando o que a gente percebe na vida prática: “Que não existe realmente uma coisa chamada livre escolha. Outrossim, cada decisão acertada nos devolve autoconfiança e nos predispõe a fazer escolha certa para o nosso bem sempre baseado em nossa experiência e na lembrança que guardamos na memória. E ao contrário, cada ato capitulado nos enfraquece e cria um sentimento de dúvida ao ter de tomar novas decisões. Como um jogo de xadrez; a cada jogada errada aumenta cada vez mais a possibilidade de se perder a partida”.

    Eu acho que existe uma maneira certa de se viver. E esta maneira certa deve estar vinculada a uma ou algumas regras básicas. Tais como as que a senhora citou sobre os “Preceitos Budistas”
    Estou inclinado a acreditar que a primeira e mais importante destas regras é não ter conflitos ou minimiza-lo tanto quanto possível.
    Se eu optei em fazer algo e, todavia esta coisa está me conflitando é porque há um desequilíbrio entre forças antagônicas em meu interior, sejam elas quais forem.
    Eu não posso continuar se não conseguir encontrar o equilíbrio entre elas sob pena de causar dano a minha vida
    Preciso confiar em mim, e preciso para isto mostrar (me) que eu quero coisas boas para mim também, que eu intervenho a meu favor nas relações com as outras pessoas e com o mundo (de forma equilibrada e não egoista, é claro).
    No filme “Um visto para o céu” O protagonista morre e sua alma vai para um lugar chamado “Cidade do julgamento” onde sua conduta na terra seria analisada para determinar se sua alma reencarnaria na terra ou evoluiria para planetas mais evoluídos. Em uma conversa preliminar ao seu julgamento seu advogado preparando-se para sua defesa questiona-lhe sobre o que ele tinha feito de bom na terra, se tinha sido generoso, se tinha feito muitas caridades. Depois de algumas raras referencias sobre suas filantropias seu advogado lhe interrompe e diz:
    – Teve uma pessoa para quem você foi mau varias vezes. Gostaria que voce tivesse sido mais generoso com ela.
    – Quem? Indagou o réu tentando lembrar-se de alguém.
    – Você mesmo
    Esta e uma visão diferente sobre o que seria uma boa pessoa. Alguém que alem de ajudar o próximo, seja bom para consigo mesmo.
    Obrigado monja Isshin por suas palavras inspiradoras e pela oportunidade de falar.
    Espero ter ajudado de alguma forma.
    Um abraço
    Flavio

  2. Tive de pensar sobre se poderia opinar sobre o Determinismo descrito para senhora por Flavio Rodrigues que se contrapóem ao determinismo (seja genético seja filosófico seja social…)
    São dois tipos de estudos que estão sendo atualizados hoje em dia:
    · A Resiliência psicológica;
    · E a Salutogênise.

    O primeiro refere-se a capacidade de uma pessoa passar por experiências terríveis e ainda assim manter-se saudável e “boa”. Mostrando que na natureza existem muitas pessoas que passam por ambientes insalubres, de violência e agrecividade mas superam os obstáculos e e resistem a pressão de “repetirem o ciclo vicioso”…

    O segundo é a ciência de tentar entender a dinâmica do ciclo “virtuoso”… Como as coisas boas (as escolhas que fizemos para algo de bom surgir) se dão…

    Este dois estudos defendem que o determinismo pode influênciar, mas NÃO DETERMINA OS RESULTADOS DAS ESCOLHAS HUMANAS…

    Ainda somos resultados de nossas escolhas.

    Gasshô, querida Sensei.

  3. Hara existe…

    Estava praticando Zazen na Aikikai quando, depois, na hora do chá, falamos sobre como foi nossa prática do dia. Um colega de Sanga falou que começara trabalhar o “foco” para o “Hara”. Na mesma noite terminei de ler um artigo sobre Psicologia Positiva (não, não é “auto-ajuda”) e nele o autor falava de como sabemos tão pouco sobre como se dá a elaboração da “mente” no homem atual… pensava-se até hoje que nossa consciência residia no cérebro a tanto tempo que estavamos satisfeitos em não questionar a possibilidade de haver outras alternativas.

    Descobriu-se que o “intestino” (só para dar o exemplo que mais me imprecionou) possui mais de cem milhões de NEURÔNIOS… Efetivamente, o tubo digestivo está literalmente forrado por mais de 300 milhões de células nervosas, Quase exatamente a mesma quantidade existente em toda a medula espinhal, estrutura que junto ao encéfalo – cérebro, cerebelo e tronco encefálico – forma o denominado sistema nervoso central (SNC). Pode se dizer a grosso modo que 55% dos nossos NEURÔNIOS estão nos INTESTINOS e APENAS 10% a 15% no CÉREBRO. E mais a SEROTONINA…A RESPONSÁVEL PELO SENTIMENTO DE FELICIDADE, PRAZER, também, em SUA MAIOR CONCENTRAÇÃO está nos INTESTINOS!!!!!!!!

    Do ponto de vista estrutural, os neurologistas dividiam o sistema nervoso em dois componentes: o “central” e o “periférico” (SNP). Este último inclui os neurônios sensitivos, que conectam o SNC com os receptores sensitivos; e os neurônios motores, que coloca em comunicação o sistema central com os músculos e as glândulas. Você deve lembrar dos desenhos reproduzindo o SNC fazendo o humano parecer um bonequinho esquisito com uma cabeça enorme e “fiuzinhos” descendo para os braços e pernas…Hoje temos de repensar como dar aulas…

    O ponto mais interessante para mim é que o Intestino parece NÃO PRECISAR DESTA GAMA DE NEURÔNOS PARA CUMPRIR A FUNÇÃO DIGESTIVA… à medida que o sistema nervoso foi se desenvolvendo surgiram três tipos básicos de neurônios, os sensitivos que captam os estímulos do meio e os conduzem em direção a centros nervosos onde as informações serão processadas, os associativos que conduzem estas informações para que sejam processadas em diferentes níveis, e os motores que respondem à estimulação. Pois bem, no intestino à semelhança do que acontece no cérebro são encontrados os 3 tipos básicos de neurônios, o que permite a realização de arcos reflexos (passagem de estímulos pelos neurônios sensitivos, associativos e motores) evidenciando uma certa independência de funcionamento. Em termos práticos poderíamos dizer que os neurônios do intestino são até certo ponto capazes de captar informações, processá-las e responder adequadamente conforme a necessidade do momento, é como se “pensassem e tomassem decisões sobre o que fazer” só para garantir o bom desempenho das funções de digestão e eliminação das fezes(????).

    Ao que tudo indica o Intestino é figura participante na elaboração de EMOÇÕES. Mas não fica por aí.

    Comprovadamente sabe-se que os neurônios dos intestinos, não controlam somente a digestão e a absorção. Igualmente ao cérebro em nossa cabeça, o cérebro entérico (intestinos) produz substâncias psicoativas que influenciam no estado de ânimo e emoções, como os neurotransmissores serotonina e dopamina, assim como diferentes opiáceos que modulam a dor. Além disso, sintetiza benzodiazepinas, compostos químicos que têm o mesmo efeito tranqüilizante que o Valium. [b]O intestino manda mais informação à cabeça do que recebe dela. Ao longo da vida do ser humano, cuja idade média é de 75 anos, circulam por seus intestinos mais de 30 toneladas de alimentos e 50.000 litros de líquidos. O manejo e processamento deste considerável volume de matéria prima é uma das competências do nosso sábio cérebro abdominal. Mas mesmo assim a ativiade destas células neurais NÃO PARECE ESTAR APENAS NO CONTROLE DA DIGESTÃO, MAS EM ATIVIDADES DESCONHECIDAS…


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